queridinhos *

quinta-feira, 12 de abril de 2012

desabafo *


Estou sentada na janela do meu quarto com o computador nas pernas, a olhar para o jardim. Senti uma vontade inconsolável de vir escrever para este lugar. Não sei porque é que este lugar me chamou mais uma vez a escrever, talvez porque me sinto extremamente confusa, com os sentimentos todos trocados e com a cabeça uma bagunça, ou também por este mesmo sítio me acalmar, me trazer boas recordações ao olhar lá para fora, por este silêncio me fazer pensar e refletir. (…) Observo o jardim, a piscina e relembro ao pormenor cada momento vivido por mim e por aquelas pessoas que marcaram definitivamente a minha vida, e o facto é que quando olho para aquele lugar reparo que metade das pessoas com as quais passei belos momentos, hoje já nem falo, ou falo muito pouco. E fico triste, ou melhor fico com saudades; penso “como é possível a minha vida ter mudado tanto em tão pouco tempo?”. Pois, não obtenho resposta alguma, mas a realidade é que ela mudou, mudou de uma forma estranha e algumas dessas mudanças foram quase que forçadas por mim ou pelos demais, porém outras foram acidentais, foram amizades que (re)começaram em instantes muito inesperados e de forma muito simples, de forma muito invulgar e nada programada. Sinto-me bem por ter reconquistado certas amizades, por me ter reaproximado de determinadas pessoas; acho que foi a decisão mais acertadas quando deixei algumas pessoas sair da minha vida e ter lutado para que outras permanecessem; e com aquelas pessoas que saíram definitivamente (ou não) do meu percurso, a que habitualmente chamamos vida, eu encontrei espaço para novas pessoas, pessoas essas que foram aparecendo de uma forma ou de outra e que marcaram e marcam diariamente a minha vida, deixei espaço no meu coração para poder amar novas identidades, para poder ter novas felicidades, para poder usufruir de novos momentos. (…) Parece que agora a escrever a confusão que sentia inicialmente desapareceu, que a confusão e as incertezas me abandonaram e passou a ser tudo tão certo e transparente, que passou a ser tudo tão óbvio. Escrever conforta-me, lava-me a alma, faz com que eu exprima tudo o que sinto sem sequer falar, faz com que eu transcreva tudo o que o meu coração diz, quase como se fosse um ditado que o coração faz ao cérebro e que este obriga as mãos a escrever. Está aqui mais um desabafo, mais um pensamento, mais relembrar de momentos e mais um desejo de ter novos momentos, mais um instante de saudades e ao mesmo tempo mais uma vontade de conhecer novas pessoas, mais um querer lutar e tentar não cair. 

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